sexta-feira, 15 de abril de 2011

Reunião Casa Civil

Está marcada para hoje, 14/04, mais uma reunião entre os sobreviventes do massacre e o Chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho. Na pauta, algumas solicitações, que poderiam ser exigências, já que oriundos de decisões judiciais.

domingo, 10 de abril de 2011

Governo garante tratamento médico a sobreviventes de Eldorado dos Carajás

10/04/2011 14:15 Da Redação Agência Pará de Notícias

Os sobreviventes de Eldorado dos Carajás que ainda possuem sequelas do conflito e necessitam de tratamento médico serão atendidos pelo Estado. O compromisso do Governo em dar atenção especial a essas pessoas foi reafirmado na tarde deste sábado, 9, pelo chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, que esteve reunido com um representante do grupo, Antônio Alves, conhecido como Índio, e o advogado dos sobreviventes, Walmir Brelaz. "Quando nós marcamos a audiência, eu tive logo a preocupação de conversar com o governador. Ele dissse: Zenaldo, o tratamento vamos dar integral. Não tem nem discussão. O Estado estará absolutamente a disposição", afirmou o chefe da Casa Civil. Ele irá tratar do assunto diretamente com o secretário de Saúde, Hélio Franco, para que seja definida a melhor forma de atendimento aos trabalhadores rurais. Zenaldo Coutinho observou, contudo, que será preciso elaborar um laudo médico apontando o problema de saúde de cada um dos sobreviventes, podendo assim ser enviada uma equipe especializada para cada situação. "E se a pessoa tiver que ser deslocada para Belém, para Santarém, para onde for, afim de que o tratamento aconteça, será feito", enfatizou. Durante a reunião, Índio e Brelaz relataram casos específicos de alguns sobreviventes que sofrem com sequelas mais graves. Eles também reveleram casos de trabalhadores que enfretam problemas de saúde não relacionados ao conflito de Eldorado, mas que precisam de tratamento. "Qualquer pessoa, incluindo as vítimas, que tenham outras mazelas, outras doenças, não decorrentes direta ou indiretamente do episódio, o Estado não vai vai abrir mão do tratamento. É direito constitucional de todo o cidadão brasileiro o acesso à saúde. Então, o Governo tem responsabilidade com isso e vai para cima. O Estado está qualificando a saúde, tentando aperfeiçoar, porque nós pegamos a saúde deteriorada. É um desafio agora", declarou Zenaldo. Segundo Walmir Brelaz, de 15 a 20 sobreviventes estão em situação mais grave, precisando de atendimento especial do Governo. No decorrer do encontro, o advogado entregou ao chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, uma pauta de reivindicações que será encaminhada aos governador Simão Jatene. Além do tratamento de saúde, que será feito pelo Estado, conforme determinação de Jatene, os trabalhadores rurais também pedem rajuste nas pensões dos sobreviventes e das viúvas. Dois casos específicos envolvendo pensões foram citados: de uma pessoa que recebia duas vezes o benefício (como dependente e como sobrevivente) e, por isso, teve uma das pensões suspensas, e de um sobrevivente que reivindica o auxílio. "No caso da pessoa que tem duas pensões, eu vou ter que levar para a Secretaria de Administração (Sead) e para o setor jurídico do Estado. No outro caso eu acho que é mais simples de se resolver, porque ele tem menos de 21 anos e deve ter direito", avalia. Zenaldo explicou que todas as demandas serão levadas ao conhecimento do governador Simão Jatene, para que seja encontrada uma solução para os problemas existentes. No próximo dia 14, uma comissão formada por cerca de 30 sobreviventes de Eldorado dos Carajás vêm a Belém, onde farão uma manifestação para lembrar os 15 anos do conflito, que resultou na morte de 19 sem terra, em 17 de abril de 1996. Na ocasião, o grupo será novamente recebido pelo Governo do Estado. A reunião com o chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, foi marcada para o dia 15, às 15h30, no auditório do Palácio dos Despachos. "É uma data que a gente vai querer lembrar o massacre, mas de forma pacífica. Não estamos aqui para fazer uma coisa dura. Por isso a gente pediu o auditório, para que cada sobrevivente possa contar a sua história", afirmou Antônio Alves, o Índio.

Keila Ferreira - Ascom Casa Civil

Sobreviventes do massacre ainda lutam por direitos

Os sobreviventes do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido há 15 anos, ainda lutam por tratamento de saúde continuado, atendimento psicossocial, e melhoria da infraestrutura no assentamento 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás. E a lista de demandas não para de aumentar. Agora, eles também lutam para reajustar o valor de suas pensões e das viúvas dos 19 trabalhadores sem-terra assassinados pela Polícia Militar em 1996. Ontem, um grupo de cinco sobreviventes esteve em Belém para se reunir com o chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, mas a audiência foi desmarcada. No final da tarde, o chefe da Casa Civil entrou em contato com o grupo e remarcou a audiência para hoje às 15 horas. Os trabalhadores afirmam que as determinações da Justiça só têm sido cumpridas em parte e sem continuidade. De acordo com Antônio Alves de Oliveira, o “Índio”, a luta maior dos sobreviventes é por tratamento de saúde continuado. “Na verdade os tratamentos que tivemos até agora são só paliativos. Não temos atendimento de verdade, sério, que a gente possa recorrer”, explica Índio. VALORES DEFASADOS O sobrevivente assegura que nem no governo do PT obtiveram o atendimento necessário pelo governo estadual. “Eles passavam a mão na nossa cabeça, nos abraçavam, mas pouca coisa foi resolvida”, acentua Índio, se referindo à administração da ex-governadora Ana Júlia Carepa. A grande preocupação que os sobreviventes querem resolver com o governo Simão Jatene agora é o reajuste dos valores das pensões concedidas pelo Estado aos sobreviventes e às viúvas das 19 vítimas do massacre. Em 1997, quando as pensões foram aprovadas na Assembleia Legislativa, o valor ultrapassava dois salários mínimos, mas ficou sem os reajustes anuais seguidos e foi ficando defasado, atualmente o valor é de apenas R$ 415 para a maioria, mas alguns estão recebendo até menos, R$ 402 e R$ 401. PROTESTO Os sobreviventes retornarão a Belém dia 15 para participar do tradicional protesto que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) realiza na semana em que o massacre completa mais um ano. Eles pretendem agora se organizar em associação para lutar pelos direitos já assegurados judicialmente, como pensões e tratamento médico e psicológico. “Vamos nos organizar, porque associados o movimento ficará mais unido, mais forte pra reivindicar nossos direitos”, ressalta o sobrevivente de Eldorado dos Carajás. Eles também asseguram que se não conseguirem negociar com o governo estadual reajuste das pensões até o dia 15, ingressarão com ação judicial para assegurar esse direito. PERÍCIA MÉDICA Os sobreviventes aguardam para segunda-feira uma nova perícia médica prometida pela direção regional da Secretaria de Saúde Estadual em Marabá. Eles se queixam que esta será a décima perícia que serão submetidos, mas o tratamento de saúde nunca é assegurado por completo. Eles contam que têm muitos sobreviventes com problemas físicos, consequência do massacre. Grande parte deles continua com balas alojadas pelo corpo, como o próprio Índio, que sofre com uma bala no joelho. Através da assessoria de imprensa, Zenaldo Coutinho avisou que já recebeu determinação do governador Simão Jatene para assegurar todo o tratamento de saúde aos sobreviventes e que só não pôde recebê-los ontem porque teve que se reunir com urgência com o governador para resolver problemas do Estado. Mas que o governo estadual vai agilizar o atendimento das reivindicações.


Diário do Pará, 09.04.2011

Reunião

Uma comissão de sobreviventes do massacre de Eldorado do Carajás, que no dia 17 deste mês vai completar 15 anos, bate à porta do governo, hoje. Na Casa Civil, o grupo discute pendências ainda devidas pelo Estado, inclusive o tratamento médico regular para as sequelas.


Diário do Pará, 08.04.2011