domingo, 10 de abril de 2011

Governo garante tratamento médico a sobreviventes de Eldorado dos Carajás

10/04/2011 14:15 Da Redação Agência Pará de Notícias

Os sobreviventes de Eldorado dos Carajás que ainda possuem sequelas do conflito e necessitam de tratamento médico serão atendidos pelo Estado. O compromisso do Governo em dar atenção especial a essas pessoas foi reafirmado na tarde deste sábado, 9, pelo chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, que esteve reunido com um representante do grupo, Antônio Alves, conhecido como Índio, e o advogado dos sobreviventes, Walmir Brelaz. "Quando nós marcamos a audiência, eu tive logo a preocupação de conversar com o governador. Ele dissse: Zenaldo, o tratamento vamos dar integral. Não tem nem discussão. O Estado estará absolutamente a disposição", afirmou o chefe da Casa Civil. Ele irá tratar do assunto diretamente com o secretário de Saúde, Hélio Franco, para que seja definida a melhor forma de atendimento aos trabalhadores rurais. Zenaldo Coutinho observou, contudo, que será preciso elaborar um laudo médico apontando o problema de saúde de cada um dos sobreviventes, podendo assim ser enviada uma equipe especializada para cada situação. "E se a pessoa tiver que ser deslocada para Belém, para Santarém, para onde for, afim de que o tratamento aconteça, será feito", enfatizou. Durante a reunião, Índio e Brelaz relataram casos específicos de alguns sobreviventes que sofrem com sequelas mais graves. Eles também reveleram casos de trabalhadores que enfretam problemas de saúde não relacionados ao conflito de Eldorado, mas que precisam de tratamento. "Qualquer pessoa, incluindo as vítimas, que tenham outras mazelas, outras doenças, não decorrentes direta ou indiretamente do episódio, o Estado não vai vai abrir mão do tratamento. É direito constitucional de todo o cidadão brasileiro o acesso à saúde. Então, o Governo tem responsabilidade com isso e vai para cima. O Estado está qualificando a saúde, tentando aperfeiçoar, porque nós pegamos a saúde deteriorada. É um desafio agora", declarou Zenaldo. Segundo Walmir Brelaz, de 15 a 20 sobreviventes estão em situação mais grave, precisando de atendimento especial do Governo. No decorrer do encontro, o advogado entregou ao chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, uma pauta de reivindicações que será encaminhada aos governador Simão Jatene. Além do tratamento de saúde, que será feito pelo Estado, conforme determinação de Jatene, os trabalhadores rurais também pedem rajuste nas pensões dos sobreviventes e das viúvas. Dois casos específicos envolvendo pensões foram citados: de uma pessoa que recebia duas vezes o benefício (como dependente e como sobrevivente) e, por isso, teve uma das pensões suspensas, e de um sobrevivente que reivindica o auxílio. "No caso da pessoa que tem duas pensões, eu vou ter que levar para a Secretaria de Administração (Sead) e para o setor jurídico do Estado. No outro caso eu acho que é mais simples de se resolver, porque ele tem menos de 21 anos e deve ter direito", avalia. Zenaldo explicou que todas as demandas serão levadas ao conhecimento do governador Simão Jatene, para que seja encontrada uma solução para os problemas existentes. No próximo dia 14, uma comissão formada por cerca de 30 sobreviventes de Eldorado dos Carajás vêm a Belém, onde farão uma manifestação para lembrar os 15 anos do conflito, que resultou na morte de 19 sem terra, em 17 de abril de 1996. Na ocasião, o grupo será novamente recebido pelo Governo do Estado. A reunião com o chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, foi marcada para o dia 15, às 15h30, no auditório do Palácio dos Despachos. "É uma data que a gente vai querer lembrar o massacre, mas de forma pacífica. Não estamos aqui para fazer uma coisa dura. Por isso a gente pediu o auditório, para que cada sobrevivente possa contar a sua história", afirmou Antônio Alves, o Índio.

Keila Ferreira - Ascom Casa Civil

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