terça-feira, 8 de abril de 2008

Sobreviventes de Eldorado de Carajás se dizem desamparados

Remédios gratuitos, atendimento médico de qualidade, com direito a exames de diagnóstico e reajuste de pensões estão entre as reivindicações dos sobreviventes e parentes de vítimas do massacre de Eldorado de Carajás que acamparam ontem em frente ao Palácio dos Despachos, na expectativa de uma reunião com a governadora Ana Júlia Carepa, que estava fora, em reunião com os secretários de Estado. O grupo foi atendido por assessores da Casa Civil, que anunciaram a visita de uma comissão técnica do governo até o município de Eldorado dos Carajás na sexta-feira, dia 11, para apurar a situação.
Um dos sobreviventes, Josimar Pereira, disse que a intenção do grupo era cobrar diretamente da governadora o auxílio às vítimas e a familiares de pessoas assassinadas durante o massacre, assim como melhorias para o assentamento 17 de Abril. 'Ela fez uma porção de promessa em palanque e ainda não cumpriu. Disse que ia construir uma escola e ainda não entrou um tijolo no assentamento. Que ia desapropriar a curva do S e fazer o Bosque da Solidariedade e até agora nada. A assistência médica é precária e tem viúva que ainda não recebe pensão. As que recebem, o valor nunca foi reajustado nesses anos todos. Queremos falar com a governadora, nem que a gente demore cinco dias pra isso', declara.
Entre os que reclamam melhor atendimento, está João Rodrigues Teixeira Filho, 33, que tem uma bala alojada no tórax como resultado do confronto com os policiais em 17 de abril de 1996. Ele diz que só conseguiu fazer um raio-x porque uma irmã pagou pelo exame particular.
O grupo foi recebido pelos assessores Gisele Mendes, Carlos Marques e Antônio Franco, que informaram sobre a visita agendada para a sexta e declararam que o orçamento de 2008 reserva cerca de R$ 500 mil para a construção de uma escola no assentamento 17 de Abril. Sobre o pedido de inclusão de mais pessoas na lista dos que recebem tratamento médico e psicológico, e indenizações e pensões, os assessores informaram que as pessoas que se sentirem prejudicadas serão encaminhadas para avaliação e tratamento, mas que as demandas em relação a benefícios e indenizações deverão ser avaliadas.
Jornal O Liberal, 08.03.2008

Nenhum comentário: